Dentro da programação religiosa da Semana Santa em Oeiras, no sábado passado dia 04, conhecido por nós oeirenses como sábado de Passos, aconteceu na Igreja Catedral a tradicional Seresta ao Bom Jesus. Teve a participação dos Bandolins de Oeiras, dos Novos Bandolins e dos diversos grupos da Diocese de Oeiras, que prestaram homenagem ao Santo, com músicas sacras e recitando poemas. A professora Conceição Neiva, que é docente da Rede Estadual de Ensino e Membro do Instituto Histórico de Oeiras, recitou um poema doloroso e tocante, que segue abaixo:
Quem é esta humilde Senhora?
Que de roxo aparece vestida?
Olhar piedoso, semblante sofrido?
Coroada de dores e de agonia?
Quem é esta Divina Senhora?
Rainha de dores e de sofrimentos?
Que embora sendo imaculada e santa
Sofreu na alma tantos tormentos?
Sete espadas de dores
Caracterizam o perfil desta doce Senhora
Que sendo santa, todas suporta
Mas, sendo humana, literalmente chora
Sua primeira espada de dor
Feriu profundo o seu coração
Quando ao apresentar seu filho ao Templo
Sofreu na alma a profecia de Simeão
Na fuga para o Egito
Viveu a angústia, o medo, a perseguição
Vendo a morte rondar seu filho
Promessa Divina de salvação
Mais uma espada de dor
Rasgou-lhe a alma noutro momento
Perdendo seu filho durante três dias
No mais profundo padecimento
No caminho do calvário
Outra espada lhe consumia
Vendo seu filho ser maltratado
Sob vil maldade e covardia
Seu coração trespassado
Sofre sangrando, dilacerado
Vendo seu filho ao morrer, dizendo:
"Pai, está tudo consumado!"
Que mais, dolorosa Senhora, ainda tendes a sofrer?
Depois de ver o filho morto numa cruz desfigurado?
Só mesmo receber no colo
O corpo inerte do filho amado
E como se não bastasse
Tantas dores, cruéis pesares
Acompanha seu filho morto
E no sepulcro, o vê depositado
Senhora santa, o que mais te afliges?
Que outras feridas revelam tua piedade?
Sim, teu sofrimento segue amoroso
Nas dores todas da humanidade
Teu nome, ó Virgem Dolorosíssima
Em nossa fé de muitas formas se irradia
És nosso alento, nosso escudo, nossa esperança
Nossa consolação nas dores, no pranto, na agonia
És nossa mãe santíssima, Mãe da Igreja, Augusta Rainha
És para todo o sempre, a Doce Virgem Maria!