domingo, 5 de abril de 2009

Nossa Senhora das Dores

Dentro da programação religiosa da Semana Santa em Oeiras, no sábado passado dia 04, conhecido por nós oeirenses como sábado de Passos, aconteceu na Igreja Catedral a tradicional Seresta ao Bom Jesus. Teve a participação dos Bandolins de Oeiras, dos Novos Bandolins e dos diversos grupos da Diocese de Oeiras, que prestaram homenagem ao Santo, com músicas sacras e recitando poemas. A professora Conceição Neiva, que é docente da Rede Estadual de Ensino e Membro do Instituto Histórico de Oeiras, recitou um poema doloroso e tocante, que segue abaixo:



Quem é esta humilde Senhora?

Que de roxo aparece vestida?

Olhar piedoso, semblante sofrido?

Coroada de dores e de agonia?



Quem é esta Divina Senhora?

Rainha de dores e de sofrimentos?

Que embora sendo imaculada e santa

Sofreu na alma tantos tormentos?



Sete espadas de dores

Caracterizam o perfil desta doce Senhora

Que sendo santa, todas suporta

Mas, sendo humana, literalmente chora



Sua primeira espada de dor

Feriu profundo o seu coração

Quando ao apresentar seu filho ao Templo

Sofreu na alma a profecia de Simeão



Na fuga para o Egito

Viveu a angústia, o medo, a perseguição

Vendo a morte rondar seu filho

Promessa Divina de salvação



Mais uma espada de dor

Rasgou-lhe a alma noutro momento

Perdendo seu filho durante três dias

No mais profundo padecimento



No caminho do calvário

Outra espada lhe consumia

Vendo seu filho ser maltratado

Sob vil maldade e covardia



Seu coração trespassado

Sofre sangrando, dilacerado

Vendo seu filho ao morrer, dizendo:

"Pai, está tudo consumado!"



Que mais, dolorosa Senhora, ainda tendes a sofrer?

Depois de ver o filho morto numa cruz desfigurado?

Só mesmo receber no colo

O corpo inerte do filho amado



E como se não bastasse

Tantas dores, cruéis pesares

Acompanha seu filho morto

E no sepulcro, o vê depositado



Senhora santa, o que mais te afliges?

Que outras feridas revelam tua piedade?

Sim, teu sofrimento segue amoroso

Nas dores todas da humanidade



Teu nome, ó Virgem Dolorosíssima

Em nossa fé de muitas formas se irradia

És nosso alento, nosso escudo, nossa esperança

Nossa consolação nas dores, no pranto, na agonia

És nossa mãe santíssima, Mãe da Igreja, Augusta Rainha

És para todo o sempre, a Doce Virgem Maria!