segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

UM 24 DE JANEIRO FRUSTRANTE

Depois de oito dias da solenidade de Adesão do Piauí à Independência do Brasil, no dia 24 de Janeiro, Oeiras continua a mesma. O evento civil foi festejado com pompa e circunstância, pois a 188 anos o Brigadeiro Manuel de Sousa Martins(Visconde da Parnaíba) proclamou a Independência do Piauí nas terras de Mafrense, no período em que a velha cidade era capital da Província.

O Centro Histórico estava repleto de personalidades do cenário político, populares, jornalistas e curiosos, acompanhando a comitiva e o Governador Wilson Martins que distribuiu simpatia, mesmo com semblante de abatimento.

Logo ás 8h, o governador acompanhou o Desfile da Polícia Militar e participou do hasteamento das bandeiras em frenta ao Paço Municipal, sede da Prefeitura de Oeiras. A manhã foi ainda motivada pelo culto que aconteceu na Igreja Batista e missa celebrada pelo bispo Dom Juarez na Catedral de N. Senhora da Vitória, onde Martins lembrou de momentos de sua infância, acompanhado dos pais nas celebrações ao Bom Jesus dos Passos.

Ao sair da Igreja subiu os degraus do Cine Teatro Oeiras(1940) e lá homenageou algumas figuras ilustres da cidade que prestaram relevantes serviços a comunidade, com a comenda Mérito Renascença. Ao término da sessão, recebeu os préstimos do grupo Congos de Oeiras e com muita propriedade histórica concedeu entrevista a TV cidade Verde, relatando passagens do episódio 24 de Janeiro.

Em sua primeira viagem oficial como governador, Wilson Martins demonstrou seguir o protocolo, não cometendo gafes e dando o tom para sua administração. Sem exageros e sem forçar a barra, como muitos políticos fazem demonstrando um pseudo carisma. Porém, algo ficou a desejar. Nenhum projeto para Oeiras foi apreciado, lançado, vislumbrado, discutido. A população ficou esperando e nada aconteceu.

Os jovens ficaram frustrados esperando uma solução, uma palavra do governador sobre a UESPI - Universidade Estadual do Piauí, Capus Prof. Possidônio Queiroz, que no último vestibular ofereceu apenas dois cursos de graduação: História e Pedagogia. Os mesmos jovens ficaram na espectativa de terem o Centro Esportivo, no Conjunto Nogueira Tapety, de volta, reformado, pronto para atividades esportivas e recreativas. No entando nada foi dito.

O homem do campo também ficou esperando, uma atitude concreta do novo governo sobre projetos para zona rural de Oeiras. Os artistas e promotores culturais que há um ano não conseguem nem mesmo adentrar o Cine Teatro, por permanecer fechado pela municipalidade, ficaram mais ainda desmotivados com a ausência de uma política de cultura para Oeiras. E os professores de tão desanimados, nem protesto foram capazes de fazer.

Na realidade toda a sociedade oeirense esperava mais dessa visita do governador no 24 de Janeiro, porém ficou apenas no idealismo de todo cidadão de bem desta terra. Invicta nos sonhos e no desejo de vê-la "coberta de louros".

*Pedro Dias de Freitas Júnior é professor de História, Jornalista, Conselheiro da FNT e membro do IHO.