quarta-feira, 30 de março de 2011

Ser oeirense de Bom Jesus: Memória do Ofício dos Passos

Quinta-feira da Fugida na Igreja do Rosário. Foto: Adleuza Pacheco

Ser oeirense, é ser devoto do Bom Jesus. É percorrer todos os caminhos da velha cidade, levando consigo algo de muito especial: a fé.

Um verdadeiro manto espiritual reveste Oeiras, manifestado com muita intensidade nas festividades da Semana Santa, antecipada com a Via Crucis do Senhor dos Passos. São momentos de êxtase profundo. Em cada olhar presente, é vivo o sentimento de que "Queremos Deus".

O cheiro do incenso, o perfume do alecrim e o colorido das flores, eternizam a louvação na doce colina do Rosário.O docel roxo que cobre a sagrada imagem é desnudo na Quinta-feira da Fugida, ao som do Miserere(Salmo 50). Um grande lamento, uma grande oração, salmodiada por vozes cheias de esperança.

Na Sexta-feirra de Passos ao meio dia, com o repicar do sino da Igreja do Rosário(Monte das Oliveiras), os romeiros prostram-se aos pés da imagem e um mutirão de vozes reza cantando o ofício: "Senhor Bom Jesus, Senhor Eterno e sem fim, por vossa sagrada cruz, compadecei-vos de mim".

E assim, todos tornam-se oeirenses, porque devotos do Bom Jesus dos Passos.


Pedro Dias de Freitas Júnior é professor de História, Jornalista, membro do IHO, conselheiro da FNT e integrante da PASCOM.