O conclave para eleger o sucessor do Papa Bento XVI terá início na
próxima terça-feira, dia 12 de Março. Durante a manhã, haverá uma missa
inaugural e a primeira votação acontecerá no período da tarde. Assim que o
conclave for finalizado, com a escolha do novo sumo pontífice, as igrejas deverão
homenagear o próximo papa. Os sinos devem ser tocados nas igrejas como
manifestação de júbilo e acolhida ao novo pastor supremo.
Durante a Sé Vacante, período de
transição entre os pontificados, o Vaticano fica nas mãos do Cardeal Decano,
atualmente o Cardeal italiano Angelo Sodano. A eleição do novo líder da Igreja
Católica depende do resultado do conclave convocado por ele, mas presidido pelo
Cardeal Giovanni Battista Re. A Assembleia do Colégio Cardinalício, que ainda
não tem data precisa para começar, é um processo que quase não sofreu
alterações nos últimos séculos e tem etapas bem definidas.
A palavra conclave, vinda do latim,
significa cômodo fechado à chave. Será nessas condições de total sigilo e
isolamento que os 115 cardeais com direito a voto e com menos de 80 anos vão
decidir antes da Páscoa o nome do próximo Pontífice. Revelar qualquer indício
sobre seu candidato favorito é crime passível de excomunhão.
No Vaticano, desde a semana passada
para os preparativos da reunião e as cerimônias de adeus a Bento 16, os
cardeais ficarão incomunicáveis desde o início da reunião. A partir de então,
eles não terão mais acesso a rádios, TVs ou seus próprios telefones celulares.
Separados em cômodos particulares eles vão se reunir duas vezes por dia para
duas votações pela manhã e duas à noite na Capela Sistina, dentro do Vaticano.
Alguns cardeais, como o brasileiro
Dom Geraldo Majella Agnelo já integraram antes o Colégio Cardinalício. O
Arcebispo Emérito de Salvador é o único dos cinco brasileiros votantes que já
participou em 2005 do conclave que elegeu Joseph Ratzinger.
No final de cada pleito, se não for
atingida a maioria de dois terços dos votos necessária para a escolha do novo
Papa, os papéis com os nomes dos candidatos são queimados, junto com um pouco
de palha para produzir uma fumaça preta e espessa, que é possível ser observada
da Praça São Pedro, em Roma. Quando o resultado é o definitivo, apenas os
papéis são queimados, provocando uma fumaça mais clara.
O confinamento pode durar bem mais
que às 26 horas necessárias para o novo Papa. Depois de três dias de conclave
sem um resultado final, os cardeais devem realizar um dia de pausa apenas para
orações. Em seguida, realizam sete novas votações. Se ainda assim não houver um
nome definitivo, uma nova pausa é realizada. Esse processo pode se repetir
ainda três vezes, até que recaia sobre os cardeais a decisão de um novo
processo: a votação apenas entre os dois nomes mais votados ou a consagração do
mais votado, ignorando a maioria de dois terços.
Fonte: Vaticano