Duas situações parecidas chamaram-me atenção na Semana Santa em Oeiras. A primeira aconteceu na Sexta de Passos, após a chegada da imagem do Bom Jesus à catedral. Quando um certo político carismático de nossa cidade, retirou devotamente a coroa da imagem do Senhor dos Passos, feita de uma planta aromatizante, o alecrim, e em seguida guardou o seu pedaço sagrado, entregando a coroa quase na sua totalidade a uma senhora que o pedira em decorrência de uma promessa. A mesma senhora não se furtou em dividir a coroa com outros devotos.
Essa atitude de fé do político devoto, acontece todos os anos e já virou uma tradição, porém uma certa beata cantora que se considera zeladora das tradições religiosas da nossa cidade, ficou estressada com o ocorrido, que segundo ela não passava de estrelismo.
No entanto numa situação parecida, na Sexta da Paixão, logo após a procissão do Senhor Morto, a mesma beata prostou-se próximo à mesa onde seria depositada a imagem de Jesus morto e juntamente com uma auxiliar que carregava uma sacola plástica, partiram pra cima da imagem e arrancaram de forma sorrateira a coroa que também é feita de alecrim, escondendo-a por baixo do esquife(andor no qual a imagem de Jesus morto estava depositada).
Neste caso fiquei também estressado, agora com razão, com tanta pequenez e ao mesmo tempo com tanta arrogância, pois o que parecia era que a coroa tinha dono ou dona. Se não fosse um conhecido, eu iria passar o ano de 2009 sem aquela simbologia tão característica de nossa religiosidade e ao mesmo tempo tão disputada e folclórica.
Então fiquei a pensar: tudo em Oeiras vira folclore!
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