Oeiras, situada nos “Sertões de
Dentro do Piauí”, possui uma riqueza cultural, histórica e religiosa, traduzida
em seus monumentos, nas manifestações de fé e no cotidiano, impregnado de uma
mística, proveniente de uma forte religiosidade.
A presença de símbolos dessa fé estão
presentes de forma concreta na geografia da cidade, com seus becos apertados,
que há séculos presenciam romarias e procissões, e na ereção de ícones da fé
católica, cravado nos morros que circundam a cidade. São símbolos provenientes
da história da “Velha cidade”, que tem seus dias ordenados pela liturgia da
Igreja, implantada nestas terras, no século XVII, quando da criação da
Freguesia de Nossa Senhora da Vitória do Brejo da Mocha.
O símbolo num contexto cultural possui
valor evocativo, mágico ou místico. Insígnia e formulário de fé das Igrejas
cristãs para uso dos fiéis, que usam tal alegoria para retratar uma realidade
espiritual, através de sinais e símbolos perceptíveis pelos sentidos. Assim são
os estandartes e bandeiras usados nas procissões dos santos padroeiros, e nas
grandes festividades religiosas em Oeiras, como forma de devoção.
A flâmula romana que conduz os
peregrinos e promesseiros na procissão do Bom Jesus dos Passos, a bandeira do
Divino que realça o cortejo e é motivo de reverência pelos devotos, e o
estandarte de Nossa Senhora da Vitória, padroeira do Piauí; são exemplos dessa
simbologia, que retrata o sagrado e provoca a fé de homens e mulheres no sertão
do Piauí. Onde as alegrias e os desafios diários, são vivenciados em cada
celebração, pois erguer e seguir uma bandeira ou estandarte do santo de devoção
simboliza levantar a bandeira da esperança e da paz.
Visitar a exposição “Símbolos de Fé” é
vivenciar a devoção de um povo, que sertanejamente cumpre os dias, na certeza
de que a proteção divina caminha com ele, simbolicamente presente na insígnia
de seu santo protetor e na louvação traduzida no hino católico: “É bonita
demais, é bonita demais, a mão de quem conduz a bandeira da paz”.
Local da exposição: Museu de Arte Sacra - De 14/08 a 30/09 de 2013.
Curadores: Cassandra Yara Lopes Barroso e Pedro Dias de Freitas Júnior
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